Suspeito, sem certeza, que nestas coisas da História a única certeza que temos é que não temos a certeza de nada, que nos têm andado a contar patranhas. Não, essa treta da oponência do polegar e do aumento do volume do cérebro são estórias…. da História, claro! A verdadeira evolução do Homem, a razão real para se distinguir dos demais seres viventes, foi, concerteza, a sua capacidade de comunicar. Não que os demais bichinhos e bichezas não comuniquem. Nada disso! Mas, comunicação como a nossa, complexa e rica, não há. Eis a nossa distinção, o que nos torna homens e mulheres.

E nesse afã de comunicar, inventam-se formas, inova-se, cria-se. Desde há muito tempo que a palavra escrita assumiu o seu papel fundamental de transmissor de conhecimentos através do tempo. É assim uma coisa intemporal, universal, através da palavra escrita propaga-se, no tempo e no espaço, o conhecimento, opiniões e devaneios. É como se um pouquito do cérebro de quem escreve ficasse disponível para os seus comparsas e gerações vindouras. Uma coisita assim mais barata que a crio-preservação, mas mais eficaz, felizmente. Felizmente, o conhecimento não se grava nos genes de cada um e se propaga pelo simples e lúdico acto reprodutivo. Há que o transmitir de forma adequada.

Bem, mas a informação de nada serve se, quando precisarmos dela, não soubermos onde ela está. Houve que inventar formas de a concentrar, preservar e recuperar, com eficácia e em tempo útil. Já agora, com alguns cuidados mais que no passado – lembram-se do maravilhoso churrasco (ano da graça de 646 DC) na Biblioteca de Alexandria e de qual o combustível que usaram?

Hoje em dia, as bibliotecas, são repositórios vivos e animados do conhecimento. Há muito abandonaram a sua condição de repositórios da palavra impressa e transformaram-se, evoluíram, acompanharam os tempos. Tempos cada vez mais exigentes, menos passivos, onde o acesso ao conhecimento deve ser universal e democrático. E uma miríade de investigadores, de profissionais, cerrou fileiras e trabalham para fazer parte dos tempos, para oferecer o que o Homem moderno busca. Porque a chave deste século, a derradeira, é a Informação e o seu acesso. Quem controla a informação, controla o mundo.

E estes profissionais, empenhados, curiosos, em evolução, só têm a ganhar com a troca de experiências e conhecimentos. É um pouco como se partilhássemos o conhecimento e ganhássemos tempo. E há sempre alguém que já pensou sobre ou viveu aquilo que nos aflige. Na partilha de ideias reside uma das armas de qualquer ciência actual. Sabemos mais, porque sabemos o que investigamos, mas também o que os outros investigam ou já investigaram. Uma espécie de Big Brother do conhecimento, mas como mais privacidade, claro…

Longa vida a este blogue (será que o vocábulo muda com o Acordo Ortográfico? Hummm, não sei, vou perguntar…) e a todos os seus utilizadores. Sejam profícuas as suas trocas de opiniões e ideias.

Aida Alves | Conselho Directivo Regional Norte da BAD, 1ª Suplente